quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Um turista que não passa por Fortaleza
Setur investe para desenvolver e valorizar polos independentes de turismo, além da Capital cearense
Ao levar infraestrutura para os polos turísticos do Interior e litoral do Ceará, os investimentos do Prodetur Nacional vão oferecer a possibilidade ao turista de, se preferir, visitar o Estado sem conhecer Fortaleza. A Capital tem sido a principal porta de entrada para o turista no Ceará, mas esta realidade não deve ser mais uma obrigação.
Quem vier dirigindo pela BR- 116 pode chegar a Beberibe, Aracati e suas praias sem passar por Fortaleza. Se optar pelo avião, poderá desembarcar direto no aeroporto de Aracati.
Nos próximos cinco anos, o governo estadual vai executar um financiamento de US$ 250 milhões, cujo contrato foi assinado ontem com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Por esta operação, os polos de turismo da Chapada da Ibiapaba, do Litoral Leste e do Maciço de Baturité vão receber obras financiadas pelo Programa de Desenvolvimento do Turismo Nacional. Assim, o Ceará tornou-se o primeiro estado do País a contratar com o BID financiamento do Prodetur Nacional. O empréstimo é de US$ 150 milhões, além de outros US$ 100 milhões de contrapartida do Governo do Estado.
Obras previstas
No litoral leste, serão realizados projetos executivos de infraestrutura de acesso, como a duplicação, adequação e melhoramento da rodovia CE-040 (trecho entroncamento CE-453, em Fagundes, ao entrocamento da CE-352, em Beberibe). Outro trecho beneficiado será o entroncamento CE-352, em Beberibe, até o entroncamento da BR-304, em Aracati.
No percurso será realizado a duplicação, adequação e melhoramento da rodovia CE-040. Será feita também a implantação do aterro sanitário em Aracati, e a ampliação e implantação do sistema de saneamento básico de Porto das Dunas. Em Canoa Quebrada, será feita a elaboração e implementação do Plano de Manejo Ambiental no município. Nos polos da Ibiapaba e Baturité será realizada a implantação, ampliação ou recuperação de infraestrutura turística.
O secretário de Turismo do Estado, Bismarck Maia, reconhece que o Ceará será um grande destino somente se tiver "produtos independentes". Ele ressalta: "O nosso trabalho é deixá-los interligados, com roteiros, mas é importante que sejam produtos independentes, como o polo de Jericoacoara, o de Canoa Quebrada, o do Cariri. O turista vem de Salvador, por exemplo, e desce direto no aeroporto de Jeri".
Este equipamento recebeu ordem de serviço e, nos próximos 15 dias, começam a obra, garantiu o secretário. "É o tempo de instalar o canteiro de obra", afirmou Maia. Sobre o aeroporto de Aracati, ele informou que a pista está pronta. "Falta apenas o terminal, que esbarrou em um problema no curso da obra, mas está superado", afirmou.
O governador Cid Gomes destacou, durante o evento, que os US$ 150 milhões Ceará recebe agora é superior ao que foi repassado ao Estado em vinte anos de Prodetur Nordeste I e II, que somaram US$ 100 milhões. "O Ceará pode não ser o mais atrativo em turismo, mas é o que tem mais entusiasmo", avaliou.
Para Fortaleza
Outros US$ 100 milhões devem chegar a Capital, via Prodetur Nacional Fortaleza, programa que será assinado em breve com a CAF (Cooperação Andina de Fomento). Os recursos serão aplicados em infraestrutura para a nova Beira Mar, cujo projeto é fruto de um concurso nacional de ideias, para a Praia do Futuro, o Morro de Santa Teresinha e para a praça 31 de Março. A liberação da verba aguarda trâmites burocráticos
Juazeiro do Norte
O processo de negociação para a reforma e ampliação do aeroporto de Juazeiro do Norte está em fase final. Na tarde da última quarta-feira, em reunião com lideranças cearenses, o presidente da Infraero, Murilo Marques Barbosa, manifestou o interesse do órgão em transferir a posse do aeroporto para a União, tirando-a do Estado, e assim, assumindo a gestão total do equipamento, desde que seja encerrado o convênio, assinado em 2002, entre a União e o Governo do Ceará. Com essa definição, as obras devem começar ainda neste ano.
Astral
"O Ceará pode não ser o mais atrativo, mas é o que tem mais entusiasmo"
Cid Gomes
Governador do Ceará
CRESCIMENTO DE 22%
CE se prepara para a "altíssima estação"
A "altíssima estação do turismo" foi termo que o secretário de Turismo, Bismarck Maia, utilizou, ontem, em referência ao período que começa no próximo dia 15 de dezembro.
"O Ceará não tem mais baixa estação, nem Fortaleza", analisou. "Há dois anos colhemos o resultado de uma forte promoção. O segundo semestre deste ano teve vários momentos de 100% lotação", o que o classificou como alta estação, segundo Maia. Mas, ele destacou que entre 15 de novembro a 15 de dezembro ocorre uma queda. "Mas, mesmo assim, estamos com a taxa alta, diferente do ano passado. Mas, vamos ter uma ocupação, a partir de 15 de dezembro, de 100%". Segundo o secretário o crescimento da temporada de fim de 2010 e início de 2011 deve registrar um crescimento de, no mínimo, 22%. "Este foi o número que a CVC me deu ontem [quarta-feira] de crescimento em relação ao ano passado em vendas para Fortaleza", afirmou.
Para Bismarck Maia, este preparação do Estado para o crescimento na demanda turística está além de uma planejamento feito para a Copa do Mundo de 2014. "A Copa vai consagrar um estado que planejou um programa antes de ter sido escolhida como subsede. Ceará terá consagração maior com a Copa", projetou. "Preparamos a infraestrutura no litoral, antes de saber da Copa. O Ceará vai oferecer oportunidades maiores que qualquer outro estado". (CC)
BEBIDA QUENTE
Cid reitera que Estado quer competir
O governador Cid Gomes reforçou ontem que o projeto de lei que trata da redução de ICMS para bebidas quentes (exceto aguardente), vinhos e sidras refere-se apenas a importação dos produtos. "Ninguém vai mexer na alíquota da bebida. Ela continua sendo entre todas as alíquotas, a maior, de 25%. O que acontece é que muita gente que vende aqui está importando por outros estados que têm alíquota lá em baixo.
O Estado fica com esse pequeno percentual e contabiliza para o Ceará um diferença de 12%. O Estado está perdendo 10%. Vamos para a importação reduzir a alíquota para ficar competitivo com os outros estados, mas no final, quando for ser vendida a bebida quente aqui, incidirá a diferença até 25%. Então, não se mexe na alíquota. Quem pensa o contrário está enganado. Estamos mexendo na alíquota numa transação de importação. Depois, na venda ao consumidor, vai a alíquota cheia. Não há nenhum estímulo a venda de bebida quente", explicou Cid (CC).
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