sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Setor calçadista se ressente e corta vagas


cariri mantém
 
Apesar de queda de 49,2% no saldo de empregos no Brasil, não houve perda de vagas no polo caririense

Clique para Ampliar
Polo calçadista do Cariri hoje concentra 250 indústrias e é responsável pela geração de cerca de 16 mil empregos formais. A produção mensal alcança 12 milhões de pares 
CID BARBOSA


Um dos setores mais representativos da pauta de exportações cearense, a indústria calçadista segue aquecida, mas poderia estar melhor, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados e Vestuário de Juazeiro do Norte e Região (Sindindustria), Antônio Barbosa Mendonça, que lamenta o fechamento de 1,7 mil postos de trabalho na indústria de calçados do País em junho, face a maio, e da queda de 49,2% no saldo de empregos formais do setor no Brasil, face a igual mês de 2010. No Ceará, foram 448 vagas perdidas de um mês para o outro.

Apesar de preocupantes, os dados revelados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), segundo ele, não põem em risco a competitividade do setor no Ceará. "A queda no número de empregos não é tão significante aqui porque nossa indústria está em pleno crescimento. Por outro lado, poderíamos estar melhor se não fosse a crise nacional", observa. Mendonça, porém, garante que a perda de vagas não ocorreu nas indústrias de Juazeiro e região. "No Cariri 88% do que produzimos fica no mercado interno. Nossas exportações ainda são pequenas", explica o líder classista em referência ao impacto da desvalorização do dólar nas exportações brasileiras. Somente a região caririense concentra hoje 250 indústrias calçadistas (sendo 50% de pequeno porte), na qual são gerados 16 mil empregos com carteira assinada. "São 12 milhões de pares de calçados produzidos por mês", informa Mendonça. Segundo ele, o setor se expande a cada ano. "Os empresários se organizaram e passaram a destinar recursos para investimentos em planta de fábrica e inovação tecnológica. Assim conseguiram se manter competitivos", avalia o líder classista.

Impulso
Para o presidente do Sindindustria, a indústria calçadista cearense e nordestina deve ganhar impulso neste mês com a realização da XII Feira de Tecnologia de Calçados do Cariri (Fetecc). De 17 a 19 de agosto, fabricantes de calçados do Ceará e de estados vizinhos irão ter acesso a fornecedores de máquinas e componentes para o setor, que deixarão as indústrias locais mais competitivas. O evento será no Pavilhão de Eventos do Sebrae de Juazeiro "Já temos 102 expositores mas devemos totalizar 120. Já temos inclusive quatro expositores internacionais confirmados", diz Mendonça, que espera receber 10 mil visitantes na feira, resultando em R$ 50 milhões em negócios. Entre os expositores, estão fornecedores de máquinas e componentes do Rio Grande do Sul, São Paulo e também internacionais, da China e Itália. "As 250 fábricas do Cariri, bem como indústrias de Fortaleza e estados vizinhos que têm indústrias ou polos do setor".

Passo inicial
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso, o Plano Brasil Maior (programa de estímulo ao investimento e à inovação; ao comércio exterior; e de defesa da indústria e do mercado interno e que foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff recentemente) já sinaliza um passo inicial para a recuperação do setor calçadista brasileiro. "Estive na última terça-feira com a presidente Dilma e ela própria entende que as medidas eram necessárias. De fato, houve um esforço fiscal do Governo Federal", afirmou Cardoso, que esteve ontem em Fortaleza, proferindo palestra durante o 8º Fórum CIC de debates, na Fiec. O empresário destacou que uma das principais medidas anunciadas para o setor foi a desoneração tributária, com a eliminação da contribuição de patrimônio patronal sobre a folha de pagamento e a substituição da tributação sobre a folha de pagamento para o faturamento das empresas.

ÂNGELA CAVALCANTE / LÍVIA BARREIRAREPÓRTERES

fonte:DN

Nenhum comentário:

Postar um comentário