A notícia ainda não está confirmada, mas os rumores são cada vez mais fortes. Segundo declaração do diretor geral de carnaval e harmonia da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis (RJ), Luís Fernando do Carmo (o Laíla), em entrevista concedida, ontem, ao telejornal Bom Dia Brasil (Rede Globo), a região do Cariri, no Ceará, é um dos temas cogitados para o samba-enredo da escola em 2012. A Beija-Flor foi campeã do Carnaval deste ano do Rio de Janeiro, tendo a vida do cantor Roberto Carlos como enredo. Foi o 11º título da agremiação.
O Ceará disputa com o país africano Angola o posto de samba-enredo da Beija-Flor. A escolha depende essencialmente de contrapartidas relacionadas a patrocínio. Segundo o vice-presidente de comunicação da escola, Miro Lopes, os próprios membros da escola souberam da possibilidade de adotar o estado nordestino como tema por meio da entrevista de Laíla à TV.
"Fiquei sabendo hoje (ontem), mas, se ele ventilou essa possibilidade é porque já houve um contato. Mas ainda não há nada oficial, isso só vai se confirmar quando o Laíla estiver aqui na sede da escola, e ele não está porque a festa na quadra ainda não acabou", explicou Lopes.
Na entrevista ao Bom Dia Brasil, Laíla afirmou que a escola está em contato com Angola e que ele próprio deve ir para lá em breve. "Mas também estamos pensando no Ceará. Fiquei uma semana lá e acho que dá um ´enredaço´", complementou na ocasião.
Desejo antigo
Porém, segundo o coiffeur Marquinhos Oliveira, do Marquinhos Salão de Beleza (em Fortaleza), que há 26 anos desfila na Beija-Flor de Nilópolis, as negociações para fazer um desfile sobre o Ceará vêm acontecendo desde o ano passado, quando a diretoria da Beija-Flor visitou o Cariri. Uma primeira viagem já havia sido feita pela região em dezembro de 2009.
"A comissão tem um desejo e um interesse muito forte de fazer sobre esse tema, seria uma chance de diversificar o Carnaval do Rio, além de mostrar um Ceará que muitos cearenses desconhecem. Eles ficaram encantados com tudo o que viram na região, a religião, a cultura, a arte", ressalta Marquinhos.
"Assim, na ocasião abri uma ponte de negociação entre a escola e o Governo do Estado. Infelizmente não aconteceu, mas esse ano eles querem fazer, querem falar do Ceará", adianta o coiffeur.
O forte apelo cultural do Cariri, porém, encontra igual concorrência histórica no tema Angola. "Nossa preferência sempre foi por temas nacionais. Até hoje não fizemos nenhum desfile de Carnaval direcionado a assuntos de fora do Brasil. Mas, quando falamos em África, é algo que está ligado à nossa história, à Pequena África", justifica Miro Lopes.
O vice-presidente de comunicação refere-se à região do Rio de Janeiro compreendida pela Zona Portuária e os bairros Gamboa e Saúde, onde os negros eram negociados como escravos logo que desembarcavam no Porto do Rio de Janeiro, vindos da África e da Bahia. Posteriormente, a Pequena África estendeu-se para o bairro Cidade Nova, nas proximidades do atual Sambódromo. Mais tarde, livres, os negros fizeram ali seu ponto para cultos religiosos e outras manifestações culturais.
"Há três anos a escola planeja fazer o desfile sobre Angola, sempre esteve na pauta. Mas a escolha é complexa, depende de muita coisa, inclusive de questões financeiras, de patrocínio", esclarece Lopes.
O Caderno 3 tentou entrar em contato com o secretário de Turismo do Estado, Bismarck Maia, para saber mais a respeito do andamento das negociações, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.
"Vamos torcer, porque não existe vitrine mais forte do que o desfile das escolas do Rio. É uma grande oportunidade de criação, porque o Carnaval inclui um rico trabalho artístico e de pesquisa. O próprio Laíla brincou dizendo que, se todas as escolas decidissem fazer um samba-enredo sobre o Ceará, cada uma sairia de um jeito", observa Marquinhos Oliveira. O Ceará já foi tema de samba-enredo de escola carioca, durante o segundo Governo Tasso Jereissati, quando o Estado bancou o desfile da Império Serrano.
Fonte: Diário do Nordeste
O Ceará disputa com o país africano Angola o posto de samba-enredo da Beija-Flor. A escolha depende essencialmente de contrapartidas relacionadas a patrocínio. Segundo o vice-presidente de comunicação da escola, Miro Lopes, os próprios membros da escola souberam da possibilidade de adotar o estado nordestino como tema por meio da entrevista de Laíla à TV.
"Fiquei sabendo hoje (ontem), mas, se ele ventilou essa possibilidade é porque já houve um contato. Mas ainda não há nada oficial, isso só vai se confirmar quando o Laíla estiver aqui na sede da escola, e ele não está porque a festa na quadra ainda não acabou", explicou Lopes.
Na entrevista ao Bom Dia Brasil, Laíla afirmou que a escola está em contato com Angola e que ele próprio deve ir para lá em breve. "Mas também estamos pensando no Ceará. Fiquei uma semana lá e acho que dá um ´enredaço´", complementou na ocasião.
Desejo antigo
Porém, segundo o coiffeur Marquinhos Oliveira, do Marquinhos Salão de Beleza (em Fortaleza), que há 26 anos desfila na Beija-Flor de Nilópolis, as negociações para fazer um desfile sobre o Ceará vêm acontecendo desde o ano passado, quando a diretoria da Beija-Flor visitou o Cariri. Uma primeira viagem já havia sido feita pela região em dezembro de 2009.
"A comissão tem um desejo e um interesse muito forte de fazer sobre esse tema, seria uma chance de diversificar o Carnaval do Rio, além de mostrar um Ceará que muitos cearenses desconhecem. Eles ficaram encantados com tudo o que viram na região, a religião, a cultura, a arte", ressalta Marquinhos.
"Assim, na ocasião abri uma ponte de negociação entre a escola e o Governo do Estado. Infelizmente não aconteceu, mas esse ano eles querem fazer, querem falar do Ceará", adianta o coiffeur.
O forte apelo cultural do Cariri, porém, encontra igual concorrência histórica no tema Angola. "Nossa preferência sempre foi por temas nacionais. Até hoje não fizemos nenhum desfile de Carnaval direcionado a assuntos de fora do Brasil. Mas, quando falamos em África, é algo que está ligado à nossa história, à Pequena África", justifica Miro Lopes.
O vice-presidente de comunicação refere-se à região do Rio de Janeiro compreendida pela Zona Portuária e os bairros Gamboa e Saúde, onde os negros eram negociados como escravos logo que desembarcavam no Porto do Rio de Janeiro, vindos da África e da Bahia. Posteriormente, a Pequena África estendeu-se para o bairro Cidade Nova, nas proximidades do atual Sambódromo. Mais tarde, livres, os negros fizeram ali seu ponto para cultos religiosos e outras manifestações culturais.
"Há três anos a escola planeja fazer o desfile sobre Angola, sempre esteve na pauta. Mas a escolha é complexa, depende de muita coisa, inclusive de questões financeiras, de patrocínio", esclarece Lopes.
O Caderno 3 tentou entrar em contato com o secretário de Turismo do Estado, Bismarck Maia, para saber mais a respeito do andamento das negociações, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.
"Vamos torcer, porque não existe vitrine mais forte do que o desfile das escolas do Rio. É uma grande oportunidade de criação, porque o Carnaval inclui um rico trabalho artístico e de pesquisa. O próprio Laíla brincou dizendo que, se todas as escolas decidissem fazer um samba-enredo sobre o Ceará, cada uma sairia de um jeito", observa Marquinhos Oliveira. O Ceará já foi tema de samba-enredo de escola carioca, durante o segundo Governo Tasso Jereissati, quando o Estado bancou o desfile da Império Serrano.
Fonte: Diário do Nordeste
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