sábado, 23 de julho de 2011

O Centenário que sonhávamos não aconteceu



O Centenário chegou e Assis Ferreira tinha razão...

“A Comissão de Organização do Centenário fez reunião e mais reunião em 2009 para levantar um programa com ideias próprias e achegas de terceiros. Eu não acredito no que planejam: não temos dinheiro, e se o tivermos, não teremos tempo para quase nada. A Comissão tem boa vontade. Vi fotos de projetos de construções para o centenário: duvido das obras. Que a Prefeitura não cochile no tempo, nem espere milagre. Arranje forças políticas, ou vamos passar a primeira grande vergonha no Século XXI. Vergonha no Estado. Vergonha no Brasil. Vergonha no mundo, porque divulgada pela Internet. Vergonha internetal. Dificilmente, a festa do centenário será a festa com que sonhamos”.
Jornalista Assis Ferreira, Folha da Manhã

Estava coberto de razão o cronista Assis Ferreira quando fez essa previsão. Juazeiro chegou ao dia 22 de julho de 2011, dia de sua independência, sem ter realizado a festa grandiosa que a Comissão do Centenário (a primeira, a original) havia programado com tanta antecedência, justamente para ter tempo de concretizar tudo.
Não seremos radicais a ponto de dizer que nada foi feito; mas poderia ter sido melhor se a administração petista que governa o município não tivesse deixado tudo unicamente nas mãos do deputado José Guimarães, como se ele fosse o único representante daqui (na verdade, não o é) capaz de alavancar recursos para as obras. Por isso, os deputados Manuel Salviano e Arnon Bezerra nada fizeram, porque não foram convidados oficialmente para colaborar.
Por um dever de educação, Juazeiro precisa ser grato ao deputado Guimãres pelo que ele conseguiu fazer (merecendo menção especial para a publicação do pacote editorial de 19 livros, pois foi ele quem conseguiu os recursos com o Banco do Nordeste), mas também não se pode deixar de ressaltar que ele ficou devendo muito. Temos de destacar também o que a administração Dr. Santana fez. Coisas como rearborização da Av. Padre Cícero, operação tapa-buracos em algumas ruas,  inauguração de algumas pequenas obras (reformas e ampliações, PSF), atividades culturais, shows etc., serviram para encher uma programação, embora tenha ficado longe, muito longe mesmo,  do que fora programado com denodado empenho pela primeira Comissão do Centenário.
E o dia 22 de julho de 2011 chegou e  não foi inaugurada nenhuma grande obra pelo poder público municipal que possa servir de marco, de ícone para deixar registrado que houve o Centenário do Município, como a Praça do Marco Zero e os portais de boas-vindas (cujas concepções artísticas foram tão elogiadas). E o mais lamentável é que a administração petista não conseguiu empolgar a população para que ela abraçasse com entusiasmo a festa do centenário do município. Poucas lojas participaram da mídia de divulgação do evento e os moradores não enfeitaram as ruas com bandeirolas como fez na Copa do Mundo de Futebol passada. Alguns casos isolados merecem menção e isto vai ser abordado neste blog.
O momento é propício para um desabafo, então vamos lá: Muitos empresários estabelecidos em Juazeiro não têm o mínimo de amor ou respeito à terra que os receberam e os enricaram, pois daqui mesmo só querem o lucro nos seus negócios. E a maior parte da população mora em Juazeiro, mas não vive em Juazeiro, daí por que comemorar centenário de independência do município (cuja história sequer entende) não tem a menor importância para essa parcela (a maioria) de povo ingrato que vive a explorar o nome do Padre Cícero em prol do sucesso dos seus negócios. Comemorar condignamente o centenário isto só interessa mesmo a uma minoria de juazeirenses autênticos (formada por alguns filhos da terra e alguns de fora aqui residentes) que ama este torrão e conhece a sua bonita história. O paradoxo é cruel:  Juazeiro acolhe a todos que aqui chegam, mas poucos amam de fato a Terra do Padre Cícero!  

O QUE DEIXOU DE SER FEITO
Dentro do elenco de coisas programadas pela Comissão para festejar condignamente o Centenário de Juazeiro deixou de ser concretizado o seguinte:
- Exposições Fotográficas mostrando a evolução da cidade (Da bodega ao shopping e Da casinha de taipa aos condomínios fechados);
- Livro comemorativo com 250 fotos históricas (obra de primoroso acabamento gráfico, formato grande, com capa dura, papel cuchê)
- Livro sobre o artesanato juazeirense (também com primoroso acabamento gráfico)
- Placas identificativas de eventos a serem afixadas nos locais históricos
- Construção de cinco portais da cidade (Aeroporto, entrada da cidade via Crato, via Barbalha e via Caririaçu e mais o Portal da Fé na estrada do Horto);
- Construção do estacionamento dos ônibus de romaria;
- Construção da Praça do Marco Zero;
- Construção de uma capela mortuária no Socorro
- Construção da Pousada dos Romeiros (com o nome de Monsenhor Murilo);
- Construção do Museu da Cidade
- Festa para recepcionar a volta dos filhos de Juazeiro;
- Caravana itinerante do Centenário: exposição e apresentações culturais em cidades brasileiras e localidades de Juazeiro (o jornalista Marcelo Fraga ainda fez uma por iniciativa própria);
- Seminário para Repensar o Juazeiro
- Iluminação Cênica Externa dos monumentos mais representativos da Identidade de Juazeiro do Norte, inclusos no Roteiro da Fé,  como por exemplo: Luzeiro do Sertão, Basílica de Nossa Senhora das Dores e entorno, Capela do Socorro e entorno, Casa do Padre. Cícero, Casarão do Horto, Conjunto dos Casarões: residência primeira do Padre Cícero, Casarões das Beatas, Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Igreja dos Franciscanos e Estação Ferroviária
- Afixação de placas de ruas com frases do Padre Cícero;
- Urbanização da Rua Leandro Bezerra até a Rua do Horto;
- Apresentações artísticas com celebridades juazeirenses
- Reunião em Brasília com deputados e senadores nordestinos para angariar recursos financeiros para a festa do Centenário (O senador Reginaldo Duarte se ofereceu para fazer os contatos)
- Reunião com empresários de Fortaleza para angariar recursos para a festa do Centenário (Dr. Ivan Bezerra se ofereceu para os contatos, pois como secretário tem trânsito livre no mundo empresarial de Fortaleza)
- Instalação de boxes para informações turísticas em pontos estratégicos da cidade, como Praça Padre Cícero, Horto, Rodoviária e Aeroporto (o do aeroporto foi inaugurado e... depois extinto)
- Impressão trimestral do Jornal do Centenário (saíram apenas duas edições)
- Concurso para escolha do Hino do Centenário (A Câmara Municipal terminou oficializando um para que o evento não passasse em branco)
- Intensa campanha de mídia com outdoors e publicidade em emissoras de TV do Brasil
- Construção de um Centro Cultural no antigo prédio do Cine Eldorado
- Tombamento de prédios históricos.
Isto sem falar nas obras estaduais e federais, como Roteiro da Fé, Avenida Perimetral, Avenida Beira Rio, dentre outras. 

Mas como Juazeiro vai continuar com cem anos até 22 de julho de 2012, é possível que até lá, muitas inaugurações possam acontecer.  Vamos acreditar e aguardar!  

Apesar de tudo vamos fazer como fez José Marrocos quando aderiu à campanha de independência do povoado:
Viva o Juazeiro!
 
Fonte: blog do Juaonline

Nenhum comentário:

Postar um comentário