A Quadrilha do Gil (sigla para Gente Integrada à Luta e também o apelido do coordenador Gilberto Soares), em Juazeiro do Norte, substitui o improviso e a simplicidade pelo luxo e a pompa. Fundado há 27 anos, a partir de uma brincadeira entre amigos, o grupo figura entre os 30 melhores do Estado. A estrutura é profissional e São João ali é mais que uma festa. A mesma quantia gasta para confeccionar todas as roupas da quadrilha de Zulene, no Crato, são suficientes apenas para as fitas usadas nos vestidos do grupo organizado por Gil. Além dos 18 casais participantes, seu “staff” inclui ainda cinco costureiras - três para as mulheres e duas para os homens -, um coreógrafo, um estilista e, claro, uma banda exclusivaNo momento, os preparativos seguem a todo vapor. Na casa da costureira Maria Alves, ela e mais duas amigas dão duro para terminar os figurinos a tempo. Nas últimas semanas, o trio tem trabalhado até 18 horas por dia. Os esforços são concentrados na missão e todas as outras encomendas foram suspensas temporariamente.“Nunca dancei quadrilha na minha vida. Minha felicidade está em ver os vestidos brilhando e sendo elogiados depois das apresentações. Dá muito trabalho, mas vale a pena demais”, diz ela.No mês que antecede as festas juninas, os ensaios acontecem diariamente na quadra própria do grupo, no bairro do Socorro. Entre os próximos dias 10 de junho e 12 de julho, o grupo já tem cerca de 10 apresentações agendadas em festivais de quadrilha da região, na Capital e até fora do Estado, em cidades como Mossoró (RN) e Caruaru (PE). Segundo Gil, todas as despesas são pagas pelo grupo e seus integrantes não têm quaisquer despesas. “Dedicação e empenho é só o que exigimos deles”.As apresentações são verdadeiras superproduções e duram cerca de 35 minutos. A verba para a manutenção da quadrilha vem de contribuições do Poder Público, de patrocinadores e da venda de camisetas com a marca do grupo, que, este ano, vem com o tema “Viva São João”, inspirado no documentário de Andrucha Waddington.
Estamos antenados com o que acontece e sempre trazemos alguma novidade”, ressalta Gil. A surpresa para as próximas apresentações ficará por conta de um balão gigante de dentro do qual sairá a rainha Carla Gisele da Silva, de 18 anos. “Dançar quadrilha para mim é um divertimento”, define ela, que está no grupo há 3 anos.
Filho da costureira Maria Alves, o auxiliar de escritório Cícero José, o Soneca, de 31 anos, dançando pelo 15º ano, viverá o padre na encenação do casamento matuto feita durante a apresentação da quadrilha. Para ele, as festas juninas têm um significado especial para o povo nordestino, já que celebram a fartura da colheita.
fonte : Diário do Nordeste
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