domingo, 26 de junho de 2011

Construção civil cresce e procura por mão de obra




Juazeiro do Norte A carência de trabalhadores para atuar 
na construção civil chama a atenção de um mercado que,
 até há alguns anos, não tinha a força de agora. A história 
é outra em tempos de desenvolvimento.
 Esta cidade experimenta, ao fazer 100 anos, um momento 
de renovação. Vários segmentos econômicos recebem uma 
oxigenação. A construção civil é um reflexo dessa realidade.
 Esse mercado está sendo responsável pela geração de mais 
de 9 mil postos de trabalho.

São investimentos da iniciativa privada e setor público 
que fazem a diferença no mercado produtivo. 
Um novo perfil de construção se insere na cidade,
 com a verticalização, condomínios de luxo fechados,
 prédios públicos de maior porte, como o Hospital Regional
 do Cariri (HRC) e novos shoppings.
 Isso para atender uma demanda populacional que cresce
 em gostos e costumes. E também em nível educacional. 
As universidades implantadas na última década na cidade
 são consideradas grandes responsáveis por essa nova realidade. 
Um público diferenciado e mais exigente traz novos costumes 
e isso implica numa readequação do mercado para atender 
o público, no redesenhar da terra de características que incluem
 trabalho e religiosidade, agora também polo educacional.

O crescimento da construção civil acontece em todo o Brasil e,
 em Juazeiro do Norte, segundo o presidente do Sindicato dos
 Trabalhadores da Construção Civil de Juazeiro do Norte, 
José Galdino Neto, não poderia ser diferente. "Quando a 
construção civil se evidencia é porque outros setores estão se 
desenvolvendo", diz Galdino. As obras do setor público, mesmo
 com a terceirização da mão de obra, são as que mais empregam na cidade.
 O Projeto Minha Casa, Minha Vida lidera o ranking com
 cerca de 1.100 trabalhadores. Depois vêm os condomínios
 e ampliação do Cariri Shopping, que absorvem mais 
de 1.600 trabalhadores juntos. "Antes, os trabalhadores 
saíam de Juazeiro do Norte para buscar serviços e hoje 
estamos trazendo mão de obra de outras cidades", afirma Galdino.

Benefícios
Com os novos postos de emprego, vem a organização
 da categoria e no mercado de trabalho. Segundo Galdino, 
são consequências inevitáveis. O piso salarial é garantido em
 R$ 810,00, menor que o da Capital em R$ 80,00. Para ele, 
é uma grande vantagem para quem vem para o interior. 
O dia de serviço garante também refeições diárias e participação
 nos lucros e resultados de 30%. No entanto, ainda há o problema
 da informalidade, que ainda é muito alta na cidade, 
conforme o sindicato.

A qualificação é um dos principais entraves. Mesmo com cursos oferecidos
 pelo Senai e com piso salarial quase equiparado à Capital, Fortaleza,
 os jovens não se habilitam tanto a buscar as profissões de pedreiro ou 
mesmo atuar como auxiliar de construção. Com a mão de obra passando 
por dificuldade, ainda assim, nunca empregou-se tanto na construção civil
 em Juazeiro do Norte. São construções de grande, médio e pequeno portes
 em toda a cidade.

A falta de mão de obra e incentivo para o setor ainda são agravantes.
 "Os filhos não acompanham os pais como antigamente nesta profissão",
 diz o presidente da entidade. A exigência de qualidade do mercado é
 um fator importante para a qualificação profissional.

Há empresas como a Construtora Raimundo Coelho (CRC), 
que buscou a qualificação de mulheres para um mercado
 considerado masculino. Agora pretende formar a segunda
 turma feminina para a construção civil. "Isso tem uma importância
 porque as mulheres conquistam um espaço de trabalho e supre a 
carência, principalmente na área de acabamentos, que conseguem fazer
 muito bem", diz a empresária Patrícia Coelho, superintendente
 do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon)
 no Estado do Ceará, na região do Cariri. A formação de novos 
profissionais para a categoria também passa pelo incentivo
 do setor público, conforme diz Galdino.

Falta profissional
Para o diretor da Federação das Indústrias do Estado do
 Ceará (Fiec), no Cariri, Marcos Tavares, "a construção
 civil sofre com a falta de pedreiro, servente e eletricista. 
Se houvesse mais profissionais teríamos condições de
 alavancar ainda mais rápido esse processo", avalia. 
Conforme Tavares, o Senai tem buscado essa qualificação
 com pedreiros, serventes, eletricista, para profissionalizar 
esse pessoal e levar para o mercado um profissional
 mais qualificado. "Temos que buscar novos desafios
 para tornar a mão de obra melhor", diz.

Patrícia Coelho afirma que, pela primeira vez, o Brasil está tendo 
os olhos voltados para o Cariri. E ela explica isso pelos
 investimentos federais, como o Plano de Aceleração do 
Crescimento (PAC), com o maior projeto do programa do 
Governo Federal, "Minha Casa, Minha Vida", do interior do Estado. 
São 1.280 unidades habitacionais. Uma que considera gigantesca. 
Mas não para por aí. Os investimentos em condomínios de luxo e
 edifícios trazem uma nova característica para a urbanização da cidade.

Juazeiro do Norte começou eclética e continua na mesma toada, 
pelo seu próprio e constante processo de mutação. A cidade
 incorpora estilos diversificados em suas construções. 
São pessoas que aportam na terra do Padim e fazem 
dela uma nova morada. "Os romeiros deram o tom, 
a dinâmica da cidade, mesmo em uma época que não
 havia nenhuma infraestrutura", diz Patrícia Coelho.

No processo de verticalização da cidade, empresas 
têm investido milhões na construção dos novos prédios.
 Na Lagoa Seca, considerado bairro nobre da cidade, 
esse novo perfil urbano tem se tornado mais evidente e 
são comuns as construções em diversas áreas da localidade.
 Patrícia afirma que vem tendo dificuldades de reunir os
 números para ter pelo menos uma realidade aproximada
 da pujança desse mercado. Enquanto isso, a especulação 
do mercado imobiliário aumenta de forma considerável.

Está em construção, também no Bairro Lagoa Seca, 
o segundo maior prédio residencial do Estado do Ceará. 
De acordo com o construtor da obra, José Moreno, são
 cerca de R$ 10 milhões sendo investidos em uma obra que 
emprega mais de 70 profissionais. São 26 andares. 
A previsão de término da construção é ainda para este ano. (E.S.)

MAIS INFORMAÇÕES Sindicato dos Trabalhadores
da Construção Civil e Indústria
Rua Pio IX, 1108 - Bairro: Franciscanos
Telefones: (88) 3512.2513/3512.3445

Nenhum comentário:

Postar um comentário